Brandão Guedes*
O Acácio Catarino, que agora nos deixou,era um homem de uma enorme generosidade,amigo da democracia, da justiça social e da procura de entendimentos.Ele procurava sempre os consensos e respeitava escrupulosamente as opiniões dos outros.Senhor de uma grande capacidade de escrita e de síntese pediam-lhe frequentemente para redigir as conclusões ou o documento final.Ele procurava redigir o texto de forma a respeitar tudo e todos.Por vezes era mesmo irritante ao procurar conciliar o inconciliável, em particular nos tempos quentes da Revolução.
Não quero falar deste amigo enquanto governante na área social e que desempenhou o cargo de Presidente da Cáritas Portuguesa durante mais de uma dezena de anos, entre outras tarefas, nomeadamente a de conselheiro de ministros e presidentes da República.Quero antes recordar o Acácio Catarino do associativismo e cooperativismo, do companheiro de tantas reuniões com pequenos agricultores da Região Oeste, noite dentro ou na Sede do Cercoop na rua Sidónio Pais com o Joaquim Batalha, José Magalhães e António Batalha, Luis Gonzaga, Carlos Cabral entre outros miltantes e amigos em Lisboa.A admirável paciência e entrega do Acácio Catarino, a sua enorme humildade e a escuta dos outros.
O Acácio que gostava de saber como ia a BASE-FUT e sempre que lhe pediamos alguma colaboração estava presente.O Acácio, que era conhecido por centenas ou mesmo milhares de agricultores e militantes da Acão Católica era, e continua a ser, uma referência para muitos militantes sociais, em particular da área cristã.Tive um grande prazer em privar com ele em vários momentos da minha vida e aprendi, fui mais homem com ele.
Em nome da BASE-FUT aproveito este meu testemunho e enviar os nossos sentimentos de amizade fraternal a toda a família e a todos os associados da Fundação João XXIII/Casa do OESTE da qual foi Presidente e fundador, e com a qual a nossa Organização tem um protocolo de parceria e cooperação.
*Dirigente da BASE-FUT