«As doenças profissionais, permanecem “invisíveis” aos olhos da generalidade da sociedade, sendo as mulheres trabalhadoras as mais afectadas, em especial, por lesões músculo-esqueléticas»-refere a CGTP em comunicado a propósito do dia 28 de maio-Dia Internacional da Saúde da Mulher.
Para a CGTP «Não existe um conhecimento completo da verdadeira “dimensão” do problema, já que apenas se dispõe do número de doenças reconhecidas como profissionais (com ou sem incapacidade permanente). Mas apesar da invisibilidade dada a este tema, notória na ausência de estudos e dados, é um problema que afecta cada vez mais a vida das trabalhadoras.
Esta situação também acontece noutros países da União Europeia como tem a constatado a BASE-FUT em vários seminários internacionais dedicados ao tema da segurança e saúde no trabalho, muito em particular o de Budapeste, em 14/15 deste mês de maio, promovido pelo Sindicato MOSZ.A prevenção e reparação das doenças profissionais é hoje um dos principais desafios não apenas de saúde dos trabalhadores mas também de saúde pública.
De acordo com os dados divulgados pela ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho, relativos a 2016, o número total de certificações de doenças profissionais foi de 4.189.O número de doenças certificadas a mulheres (2.968, ou seja, 70,9%) foi francamente maior do que o número de doenças certificadas a homens (1.221, ou seja, 29,1%).Os homens são mais afectados pelos acidentes de trabalho.
Em Março de 2019 existiam 14.914 mulheres a receberem prestações por doença profissional, segundo informações da Segurança Social e do DPRP – Departamento de Protecção Contra Riscos Profissionais.Os 5 distritos onde esse número é mais elevado são: Porto – 21,54%, Setúbal – 18,79%, Aveiro – 17,79%, Lisboa – 13,56% e Leiria – 9,69%.
As lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, que na maioria dos casos são tendinites, devem-se com frequência a traumatismos repetidos, resultantes de movimentos ou de posturas extremas. Têm vindo a aumentar com a globalização, com o uso de novas tecnologias, como os computadores, e com os novos processos laborais voltados para a produção em massa, como acontece nas linhas de montagem de automóveis, na indústria eléctrica e electrónica.