Em comunicado, e a propósito do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a CGTP lembra que « As mulheres têm um risco de pobreza superior ao dos homens, em Portugal, em virtude dos seus salários serem muito baixos, assim como todas as prestações que deles dependem».
Segundo números apresentados pela Central Sindical «Em 2020 existiam 2 milhões e 37 mil pessoas residentes no nosso país que se encontravam em situação de pobreza ou exclusão social. Dessas, cerca de 1 milhão e 100 mil eram mulheres, ou seja, 20,2% do total de mulheres residentes em Portugal, um valor superior ao dos homens.Em Agosto de 2021, as mulheres eram as principais beneficiárias das prestações de desemprego (59% mulheres e 41% homens).
Tomando como referência os indicadores apresentados esta semana pelo Governo na proposta de Orçamento de Estado para 2022, ressalta uma desigualdade de rendimentos nos ganhos de 17,1% e nas pensões de 28,4%, entre homens e mulheres.69% dos pensionistas com pensões até 438,81€ – abaixo do limiar da pobreza – são mulheres.
As mulheres trabalhadoras constituem mais de metade dos desempregados, são a maioria das famílias monoparentais e dos pobres em Portugal evidenciando as dificuldades e as desigualdades que se mantém no nosso país.
Mais do que discursos politicamente correctos de quem governa, precisamos de políticas que resolvam os problemas do dia-a-dia.
Em vésperas do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza – 17 de Outubro de 2021 – o combate à pobreza passa, necessariamente, pelo aumento geral dos salários e das pensões, pela garantia de emprego estável e pelo fim da caducidade das convenções colectivas de trabalho como instrumentos essenciais para garantir uma melhor e mais justa distribuição da riqueza.»