Pelos cinquenta anos do 25 de Abril uma editora brasileira  a« LUTAS ANTICAPITAL» reeditou o mais importante livro sobre a filosofia e prática política da BASE -FUT. Gente amiga que trabalha temas e experiências sobre a emancipação dos trabalhadores. O leitor pode ver abaixo a apresentação inscrita na contracapa.

.«Quando a Revolução dos Cravos já estava em ampla recuperação capitalista, quase três anos após a contrarrevolução de 25 de novembro de 1975, a BASE-FUT realiza no Porto a 1ª Conferência Nacional «Pelo Socialismo Autogestionário”. Pode-se apontar equivocadamente certo anacronismo, uma vez que o período «quente» do 25 de Abril já havia esfriado, Longe disso, os textos e debates da Conferência, agora republicados,  pela Editora Lutas Anticapital nos oferecem um importante registro das inúmeras experiências autogestionárias de luta e de construção de formas radicalmente novas de organização da classe trabalhadora, que se espraiaram um pouco por todo o lado na sociedade portuguesa abrangendo a tomada de fábricas, criação de cooperativas camponesas com a reforma agrária, controle operário de grandes estaleiros navais, criação de creches e ocupação de casas e prédios vacantes, etc.

Ao se filiar à tradição de lutas autônomas da classe trabalhadora, reivindicando o legado da Comuna de Paris de 1871, dos sovietes de 1917 e da Catalunha de 1936, a BASE-FUT retoma e atualiza a estratégia da 1º Internacional, na sua versão mais radical, que via na associação e na cooperação a base para a revolução social do porvir. A produção autônoma dos meios de vida assume aqui um caráter pedagógico profundo, no sentido de preparar os trabalhadores para a gestão da produção e da vida social.

Os textos aqui reunidos apresentam uma condensação teórica de atores que participaram ativamente do processo revolucionário português, peleando pela auto-organização dos trabalhadores em múltiplos espaços da vida social. Ao completar cinquenta anos, a experiência do 25 de Abril fortalece o projeto autogestionário como estratégia de transformação social, demonstrando a capacidade política dos trabalhadores de levarem a cabo a sua própria emancipação. Viva o 25 de Abril!!Viva a Autogestão».

Maurício Sardá de Faria (UFRPE)