Com esta interrogação no espírito de alguns participantes decorreu hoje pelas 18 horas um debate por videoconferência promovido pela Fundação Friedrich Ebert e pelo Instituto Ruben Rolo ligado aos sindicalistas socialistas da CGTP e subordinado ao tema «Por uma Europa Social:critérios mínimos para salários adequados na União Europeia.Intervenções de Amílcar Ramos,economista e investigador social,Lucie Studnica, secretária internacional dos sindicatos checos e Pedro Estevão ,sociólogo e Coordenador Nacional da BASE-FUT abriram o debate que se alargou posteriormente a mais de três dezenas de participantes.
Sabemos que o tema divide o mundo sindical português.Para uma parte dos sindicalistas da CGTP a Directiva sobre esta matéria pode até ser prejudicial ao objectivo da valorização salarial dos trabalhadores portugueses .Para outros sindicalistas desta Central e da UGT a directiva pode ser uma boa oportunidade para subir os salários e reforçar a solidariedade com os trabalhadores que piores salários auferem na UE.
A primeira grande vantagem do estabelecimento de critérios para salários mínimos europeus adequados através de directiva obrigatória é assim a solidariedade com mais de 30 milhões de trabalhadores pobres da UE que auferem salários miseráveis e que poderiam ver aumentados os seus rendimentos.Trata-se de salários adequados e não necessáriamente justos.
Todavia, se forem estabelecidos critérios que promovam a subida progressiva dos salários mínimos em articulação com a negociação colectiva esta directiva poderá ,daqui a alguns anos, reduzir substancialmente a pobreza em particular dos trabalhadores da agricultura, imigrantes, domésticos, hotelaria , restauração e construção.
Para a Confederação Europeia de Sindicatos a Directiva é positiva mas precsia de ser limada em alguns artigos e deve reforçar a cobertura dos trabalhadores europeus pela contratação colectiva.