Carolina Fonseca*
O Congresso da BASE FUT é sempre um momento de reflexão profunda do nosso movimento.
Reflexão sobre o presente, lembrando as nossas raízes e o caminho percorrido até ao momento e o ponto de partida para sinalizarmos os desafios à ação futura.
Os desafios mais evidentes neste congresso encaminham-se para a renovação da BASE FUT e trabalhar no sentido do reforço da democracia.
Foi o momento de rever erros e momentos menos positivos, mas olhar também para o futuro com responsabilidade e esperança.
Sinalizamos as dificuldades e as fragilidades e propusemos caminhos.
Apercebi-me especialmente em trabalho de grupo de algumas lacunas na passagem do testemunho da riqueza histórica da BASE FUT, aos companheiros mais recentes na organização. O desafio para os mais velhos é comunicar e para os mais novos saber também questionar quando a perceção não é compreensível.
Saber quem somos, o papel da BASE e a importância deste papel na sociedade em que vivemos faz parte do crescimento, e temos que encontrar as formas para o fazer passar.
Reconhecemos que a comunicação e a formação digital são ferramentas fundamentais que devemos melhorar, como meios de transmitir o “valor” e a importância que tem tido ao longo dos 47 anos de existência na intervenção social, na ação sindical, na cultura, no associativismo e no poder local.
A Intervenção Social na sociedade civil é fundamental, nas suas mais diversas formas, sejam de investimento no diálogo com outras organizações mais próximas dos trabalhadores e das populações mais desfavorecidas, na formação sindical, cultural e cívica, e na responsabilidade de preservação do planeta.
A nível interno saímos mais fortes e mais responsáveis. O número é importante, mas os valores são-no ainda mais. Responsabilidade também é assumirmo-nos como interlocutores destes valores que defendemos – liberdade, responsabilidade, militância, e sermos solidários entre todos e com os outros.
Continuaremos a abrir as nossas sedes mantendo-as como espaços de diálogo e partilha, onde cada um tem lugar, tem palavra, mas também com a responsabilidade militante que cabe a cada um de nós, sem nos substituirmos. Será sempre bem-vindo, especialmente quem de vier por bem. Tudo faremos para reforçar e alargar este movimento associativo com caraterísticas muito especiais que não reconheço noutros lugares-comuns, e onde estou desde os meus 18 anos, ainda no CCO, antes da criação da BASE- FUT.
Não podemos esperar que outros façam o que a nós compete pelo que, continuamos a afirmar a “velha máxima” que sempre defendemos “Só os trabalhadores libertarão os trabalhadores”.
*Dirigente da BASE FUT , ex-sindicalista e animadora cultural