«A elevação geral dos salários, a actualização salarial na Administração Pública, o aumento do salário mínimo e a reposição do direito de contratação colectiva constituem o núcleo do que importa fazer no domínio dos salários»-diz a CGTP em documento publicado hoje e onde faz uma crítica ao Programa do Governo e apresentando as suas propostas.
«O Programa introduz ambiguidade quanto à actualização salarial dos trabalhadores da Administração Pública porque, se por um lado afirma que será reposta a actualização salarial, por outro parece quase não deixar margem para essa actualização. A CGTP-IN não aceitará revisões salariais simbólicas só para que se diga que se repõe um princípio quando, para mais, estão em causa actualizações de salários que estão congeladas desde 2009»-acrescenta a Central sindical que adianta que« estará atenta a manobras de divisão dos trabalhadores em torno das carreiras profissionais».
A CGTP critica ainda« a existência de leques salariais excessivos nas empresas e aponta medidas que incluem fórmulas gastas e ocas da “responsabilidade social das empresas”, a co-gestão em empresas cotadas e grandes empresas, a participação dos trabalhadores no capital das empresas (accionariato) e nos resultados (lucros) e a penalização fiscal e contributiva de empresas com leques salariais excessivos, face a um limiar a definir.»
Isto porque a CGTP discorda «desta tentativa de introduzir a participação das comissões de trabalhadores nas questões salariais, uma vez que se trata de matéria por excelência de negociação colectiva, a qual está constitucional e legalmente reservada apenas aos sindicatos. Em nosso entender, esta ideia insere-se numa política de desvalorização do papel dos sindicatos nas empresas que rejeitamos liminarmente».Ver