Ao contrário do que certa imprensa faz crer Portugal é um dos países da Europa Ocidental com menos greves por ano e menos trabalhadores grevistas no sector privado!
Segundo dados do Ministério do Trabalho em 2016 realizaram-se 76 greves (63 de empresa e 13 de pluriempresa) às quais aderiram 6 537 trabalhadores, o que se traduziu numa perda de 11 757 dias de trabalho.
O número de empresas com trabalhadores em greve (86 no total) variou diretamente com a dimensão (9 nas empresas de menos 50 pessoas e 30 nas de 1000 e mais pessoas), tendo- se verificado a ocorrência de greves de pluriempresa no conjunto das empresas com menos de 100 pessoas e nas de 1000 e mais pessoas.Ainda que, em relação a 2015, tenha ocorrido mais uma greve , verificou-se um decréscimo de quase todos os indicadores apurados em 2016, acentuando, ainda mais, a tendência que já se vinha a sentir nos anos anteriores do triénio.
As greves nos sectores públicos e nos transportes têm maior impacto na população do que as greves nas empresas e contribuem para cimentar a opinião em muitas pessoas de que Portugal é um país com muitas greves.O facto de estarem a diminuir as greves não significa que estejam a diminuir os conflitos laborais e a aumentar a satisfação dos trabalhadores.O número e a força das greves depende de vários factores, nomeadamente das taxas de desemprego, força da organização sindical, sindicalização e adesão dos trabalhadores.
A greve é um direito constitucional em Portugal e reconhecido por diversas instâncias internacionais como um direito colectivo essencial à vida democrática.