Em 2020 Portugal tinha 181 mil jovens NEET! Situação melhorou,mas há muito a fazer!
Era este o número de jovens dos 15 aos 29 anos que, em 2020, não trabalhavam nem estavam em educação ou formação em Portugal. 10,9% tinham entre 15 e 19 anos, 44,0% entre 20 e 24 anos e 45,1% entre 25 e 29 anos. 50,0% eram rapazes e 50,0% eram raparigas.
Face a 2019, o número de jovens NEET aumentou por 20,7%, ou seja, mais 31,0 mil jovens. Os dados do Inquérito ao Emprego do INE para 2021 apontam para um decréscimo de 13,5% do número de jovens NEET face a 2020. 86 mil jovens desempregados (2020)
A taxa de jovens NEET dos 15 aos 29 anos em Portugal tem vindo a descer ao longo da última década e está abaixo da média da UE27 desde 2017.
Não existem diferenças expressivas entre a taxa de jovens NEET de rapazes (11,0%) e raparigas (11,1%) em Portugal, mas há diferenças relevantes entre os/as jovens nascidos em Portugal (10,8%) e os/as jovens nascidos fora de Portugal (14,5%).
A taxa de jovens NEET é mais elevada nos/as jovens com o ensino secundário (11,9%) do que nos/as com o 3.º ciclo do ensino básico (CEB) (10,1%) ou nos/as jovens com o ensino superior (10,7%).
Em 2020, a taxa de jovens NEET estava nos 11,0% em Portugal e nos 13,7% na média da UE27.
Jovens desempregados
Em 2020, havia 86,3 mil jovens até aos 29 anos registados como desempregados/as no IEFP. Face a 2019, o desemprego registado neste grupo etário aumentou 52,2%, acima do acréscimo de 24,8% nas pessoas com 30 e mais anos. As pessoas até aos 29 anos representavam, em 2020, 23,0% do desemprego registado, o que compara com 19,7% em 2019
Garantia jovem
Em 2013, o Conselho Europeu adotou uma Recomendação relativa ao estabelecimento de uma Garantia para a Juventude.
Em 2020, o Conselho adotou uma nova Recomendação no sentido de Reforçar a Garantia para a Juventude. A Garantia para a Juventude reforçada pretende assegurar que todos/as os/as jovens com menos de 30 anos beneficiam de uma boa oferta de emprego, formação contínua, aprendizagem ou estágio no prazo de quatro meses após terem ficado desempregados/as ou terminado o seu percurso educativo.
O Plano Nacional de Implementação de Uma Garantia Jovem (PNI-GJ), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2013, de 31 de dezembro, foi recentemente alterado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 188/2021, de 30 de dezembro.
No ano de 2020, registaram-se 197 mil entradas e 173 mil saídas de jovens dos 15 aos 29 anos na Garantia Jovem em Portugal. 71,8% das saídas foram positivas, tendo na sua maioria sido para emprego (74,0%). 13,1% das saídas foram para ofertas de educação ou formação e 12,9% foram para programas de estágio. Toda a informação sobre a Garantia Jovem está disponível no portal www.garantiajovem.pt.
Conclusão
Os jovens que não estão empregados nem estudam tem sido um grande problema na Europa e nomedadamente em Portugal e Espanha.São os jovens sem futuro se não se concretizarem medidas políticas importantes.Nenhum país se pode dar ao luxo de ter a sua população jovem numa tal situação.
A «Garantia Jovem» programa europeu de apoio à empregabilidade dos jovens, tem tido várias reformulações mas padece de um problema de fundo:as verbas não são suficientes.Por outro lado, o modelo de relações de trabalho ultraflexível do actual capitalismo conduzem os mais jovens para uma crónica precariedade, sem contratos estáveis e sem a perspectiva de uma vida com futuro.
Fontes : INE,GEP, Eurostat