«A poluição por glisofato ameaça as águas superficiais europeias e Portugal apresenta a amostra mais contaminada em estudo europeu» afirma em comunicado de hoje a Plataforma Transgénicos Fora que acrescenta:
«De Portugal à Polónia, da Bélgica à Bulgária, a água de rios e ribeiras está contaminada com glifosato e o seu
resíduo metabolito de degradação AMPA . Mesmo fora da época de aplicação de pesticidas, final de outubro,
estas substâncias foram detetadas nas águas superficiais em 11 dos 12 países estudados.
Esta é uma descoberta chocante revelada pelo estudo europeu da ONG Pesticide Action Network-PAN Europe, em colaboração com os Verdes Europeus. Esta contaminação, vaticinada há muito pela sociedade civil, constitui uma séria ameaça para a vida aquática, para a qualidade da água potável e para a saúde humana.»
A Plataforma, constituída por várias organizações ambientalistas nomeadamente a Zero e a Quercus, refere ainda que«O estudo salienta também a grave lacuna existente na regulamentação de salvaguarda dos nossos recursos
hídricos devido à inexistência de um sistema europeu de monitorização das águas superficiais e da falta de valores de referência para o AMPA que, embora seja um produto da degradação do glifosato, é também muito tóxico.
Em Portugal não se fazem análises ao glifosato/AMPA na água de consumo público, nem no solo, nem nos
alimentos. A monitorização da água potável foi exigida numa petição pública, mas foi rejeitada na Assembleia da
República. Em 2017 foi publicado um estudo europeu sobre a contaminação do solo agrícola por glifosato/AMPA e Portugal apresentou também o valor de contaminação mais elevado . Com a extensão da contaminação por
glifosato/AMPA por determinar o poder político deve considerá-lo como um problema ambiental e de saúde
pública que precisa de atenção pois, de acordo com estes estudos, a situação é alarmante.
O glifosato tem permanecido no mercado em violação das disposições do Regulamento (CE) 1107/2009, segundo o qual os pesticidas (as substâncias ativas e os adjuvantes dos produtos comerciais) colocados no mercado não devem ter efeitos nocivos nas pessoas, nos animais, ou no ambiente.»
Foto:Quercus.