João Lourenço*
Temos todos os dias chamadas de atenção para os muitos relatórios sobre o ambiente, a poluição e o aquecimento global, tal como estamos menos avisados sobre a destruição da natureza de forma agressiva que é muito preocupante.
Temos uma pandemia que nos afronta e preocupa,que está presente na informação diária através do que lemos, vemos e ouvimos. Face a esta situação é preciso reagir com a suficiente confiança de que estas noticias merecem toda a credibilidade, porque são verdadeiras. Nesse sentido, urge fazer uma transição para uma mudança real e lutar coletivamente mas também de forma individual .
Acreditamos plenamente de que estamos perante uma catástrofe ambiental e humana e que alguns consideram, sem fazer qualquer aprofundamento, que esta tem origem natural e por isso não há nada a fazer, mas não é bem assim. Socorremo-nos daquilo que já foi demonstrado recentemente na Cimeira de Paris e aprovada por vários países. Estamos num momento fundamental e ainda iremos a tempo se mudarmos o nosso atual modelo de desenvolvimento com redução das emissões de gases com efeito de estufa e proteger a biodiversidade, especialmente nas sociedades mais desenvolvidas “ e prósperas”.
Vejamos os avisos da ciência, nomeadamente sobre a perda do controlo ambiental, de que estamos a sofrer uma grave crise social e económica e perante uma sentida e verdadeira emergência climática. A União Europeia, fala em desenvolver um Pacto Ecológico Europeu até 2050, com o qual visa combater o aquecimento global e outras alterações climáticas para proteger o nosso planeta. Será que iremos a tempo de salvar a economia em que vivemos sem a mudar profundamente, bem como os empregos? Quais serão os empregos que virão aÍ?, Ou aqueles que vão acabar ou têm mesmo que mudar. Há que refletir e aprofundar agora estas questões.
Esta (necessária) emergência climática dá-nos avisos para alterar o modo de vida a que nos habituámos.Mas a situação está a piorar, tanto a nível ambiental como no que respeita à escassez de matérias-primas e alimentos. Não podemos esquecer ainda as pandemias como o da Covid-19. Todas estas realidades têm consequências nos consumos não sustentáveis e ainda perante o abaixamento da qualidade de vida refletida no crescimento da pobreza em muitas regiões do mundo, a que não é alheio o fator catastrófico e ambiental. Noutra vertente temos o trabalho/emprego que mostra entre outros casos a crise que está ligada á crescente aplicação do lay-off, aos despedimentos individuais e coletivos e ao emprego precário e mal pago.
Mudar no Trabalho, Para Mais Empregos Dignos
É preciso melhorar o salário mínimo colocando-o acima do limiar da pobreza, como um valor mínimo e isso passa por um aumento sustentável, que acabe de vez com o trabalhador pobre, que fique livre da miséria e se torne um consumidor consciente e produtivo.
Sabemos que para se exigir a qualidade do trabalho o emprego deve ser também com qualidade e digno. Se alguém trabalha com dignidade e o faz a tempo integral tem direito a viver longe da miséria. Se todos viverem com os direitos e dignidade a sociedade será mais sustentável e o bem estar proporcionará um maior respeito pelo meio ambiente, pela saúde e pelo desenvolvimento sustentado.
Vamos aproveitar o momento para lutar contra esta pandemia vacinando e mantendo as regras da DGS, porque será o melhor contributo que podemos dar para a recuperação dos empregos, e da procura de bens e serviços tão necessários para resolver esta crise e as suas grandes assimetrias salariais, assim como com as desigualdades ainda existentes na sociedade. A plena participação coletiva e individual contribuirá para a justiça social e a resolução dos problemas mais prementes do futuro.
*Sindicalista,dirigente da BASE-FUT