A carta que católicos enviaram a Salazar denunciando a tortura e os assassinatos

A 1 de março de 1959 algumas dezenas de militantes católicos enviaram uma carta ao Salazar afirmando que «os serviços de repressão do regime empregam métodos que uma consciência humana bem formada não pode tolerar e um espirito cristão tem necessáriamente de repudiar».

Na longa carta dirigida ao ditador aqueles cristãos denunciam torturas horríveis e assassinatos de opositores ao regime,baseados em testemunhas nacionais e internacionais,nomeadamente falando do massacre de S.Tomé onde foram mortas mais de 1000 pessoas entre negros,mestiços e brancos,nomeadamente um grupo de 35 a 40 pessoas asfixiadas por estarem encerradas numa prisão.

Na carta refere-se ainda que«é do conhecimento público o caso repetido em julgamento de se fazerem calar peremtóriamente advogados,testemunhas e réus quando procuram descrever violências físicas de qualquer género durante a prisão ou instrução do processo,ou mesmo a referência a assassinatos pelas autoridades policiais.»

Os signatários pedem a Salazar que confirme tais atos e que faça um inquérito  independente ao que se passa nas prisões e que esclareça tudo perante o povo português.

Entre os assinantes,para além de alguns padres,nomeadamente o padre Abel Varzim,encontravam-se pessoas como João Gomes e Manuel Serra militantes ligados aos Movimentos Operários Católicos,o arquiteto Nuno Teutónio Pereira,Francisco Lino Neto,Gonçalo Ribeiro Telles e Sophia de Mello Brayner.

A resposta de salazar foi mais repressão,típico de um regime de extrema direita que agora alguns querem reabilitar como bom para o Portugal moderno.Com meio século de história democrática a BASE-FUT orgulha-se de as suas origens estarem ligadas a este passado de contestação de um regime opressor do povo e torturador dos adversários!

Junta-te à BASE-FUT!