Na manifestação nacional promovida ontem pela CGTP ,Tiago Oliveira,Secretário Geral daquela Central Sindical lembrou a dado momento da sua intervenção:« A enorme desigualdade com que vivemos no nosso país. Sabem, camaradas, porque é que eles (os patrões) estão caladinhos e não se revelam? Porque neste mesmo mês onde se está a discutir o OE para 2025, nós assistimos à divulgação dos brutais lucros dos grandes grupos económicos e financeiros nos primeiros 9 meses deste ano. Fica fácil perceber o quanto eles esfregam as mãos de contentes com o que têm pela frente. Vejamos:
SONAE – 149 Milhões de euros de lucros; JERÓNIMO MARTINS – 440 milhões de euros; NOS – 200 milhões; SEMAPA – 182 milhões; NAVIGATOR – 241 milhões; GALP – 890 milhões de euros; Os 5 PRINCIPAIS BANCOS a operar no nosso país – 3.9 Mil Milhões de euros!
E, o que ali dentro está a ser colocado à discussão por este governo, não é como devemos distribuir melhor estes milhões e milhões de euros de lucros. Não camaradas! O que ali dentro se discute é uma proposta de OE que procura garantir que estes lucros que acabo de referir, sejam ainda maiores para o próximo ano, e que, sobretudo fiquem sempre nas mãos dos mesmos.
Isto é clarinho como a água. E se alguém estranha que isto nos revolte, nos indigne, e nos leve a dar forte combate e, como se diz, um valente murro na mesa, então algo de muito errado se passa.
Para percebermos a verdadeira dimensão do que está neste OE, é preciso lembrar que duma receita total de IRC de mais de 10 mil milhões de euros, este governo entrega 1,8 mil milhões em apoios e benefícios fiscais para as empresas. É disto que estamos a falar.
Já agora, para as parcerias público privadas estes senhores orçamentaram 1.5 mil milhões de euros.
E a hipocrisia ganha particular dimensão quando dizem que não há dinheiro para investimentos fundamentais e estruturais para o país, para a valorização dos trabalhadores e do seu reforço, mas avançam com uma redução para as empresas no IRC que segundo a UTAO corresponderá a mais de 400 milhões de euros. Isto é um escândalo.
E em quanto é que este governo chegou a acordo para o aumento dos salários? Com os patrões e a UGT? O tal acordo tripartido!
50 euros de aumento no SMN!
Mas as dificuldades não se encontram apenas naqueles que vivem com SMN. Afecta também aqueles 62 % que têm um salário bruto inferior a mil euros/mês, e não só camaradas….»