VIDAS DE POBRES E REFUGIADOS!-Remédios, remedeios e soluções.

Avelino PInto*

A pobreza é uma situação que todos os dias nos confronta: como vais actuar? Para que lado te viras? Para o sistema – os mercados, as leis, as regras ditadas pelos poderosos, ou para os marginalizados e excluidos?

Sabemos como é urgente a distribuição da riqueza, o aumento de salários, a oferta de trabalho digno, e urgente se torna exigir políticas sociais que reduzam a desigualdade.

Conhecendo o trabalho social desenvolvido com pobres e refugiados pelo P. Constantino e voluntários, vai para 20 anos, fomos estar com eles num sábado de Fevereiro, para descobrir caminhos, e soluções para estas questões prementes.

 

Eis as notas resumidas da conversa partilhada, a partir destas interrogações:

Que sentimos de tanta precariedade de vida e exclusão das pessoas?

Que palavra, situação, caso, nos provocou comichão, que ainda hoje persiste?

             Como, agir, agora? Queremos comprometer-nos em quê, Como?

.Foi uma novidade, para alguns, para todos, ouvir, logo pela primeita intervenção,

uma pessoa, mesmo trabalhando, não sai da pobreza, e a vulnerabilidade dos migrantes.foi um murro na barriga. Como estão longe da realidade os atendimentos do SEF e outras instituições… Aquelas pessoas – mesmo que tivessem 1500 euros por mês – não  têm solução; o problema está no salário, na falta de emprego, de casa. A falta de estruturas de apoio a famílias e filhos, é tão grande que o apoio praticado não chega.

.De positivo, a excelência do trabalho do P. Constantino e grupo de voluntários junto dos pobres e migrantes – as  intervenções concretas no dia a dia que minimizam condições.

A dificuldade em se integrarem (foram enganados, quando vieram para o país), começa pela dificuldade da língua, e manifesta-se também na comunicação com as pessoas. .Sensibilizou-me a dificulade de comunicação dos ucranianos, como no caso que conheço – os pais tiveram que vir para a Irlanda, aflitos, para casa da filha.

. A inovação do P. Contantino e do grupo – não fazer caridadezinha e assistencialismo, fez-me pensar – o que se está a fazer em Setúbal é uma gota de água, há que fazer algo mais global, mais político…Se a Igreja e nós fizéssemos metade do que se faz em Setúbal!!

. Gostei imenso, fiquei mais desperto. O Constantino e companheiros que colaboram, dão-nos perspectivas de trabalho, fazem-nos pensar em soluções mais concretas e verdadeiras. As pessoas que correm a dar apoio, fazem-no por serviço. Lembrou-me o grupo que apoia a família de refugiados sírios, aqui, e os emigrantes da Guiné (trabalho na fruta).

…Se há estruturas para denunciar, está ao nosso alcance abrir esse canal e ser pró-activos.

.Uma voluntária desabafounão muda o quadro de vida das pessoas, a pobreza tornou-se uma herança, e isto é a situação mais grave. Outro afirmou: a pobreza hereditária habita esta zona. Alguém acrescentou – (é preciso) uma abordagem na perspectiva da ClínicaSocial Médico-Dentária e do Restaurante Social.

E interrogou todos: o que se pode fazer para mudar o quadro de vida das pessoas?

 Não estamos próximos da realidade, nós os da cidade.

. Se alguma coisa se pode fazer, é melhorar esta situação de pobreza e a indignidde que comporta.

. Alguns exemplos de compromisso da nossa parte, surgiram:

Colaboro na associação Refood, duas vezes por semana, vou aos restaurantes recolher a comida que sobrou, para distribuir. Participo num grupo paroquial: semanalmemte, vamos a casa das famílias levar alguns produtos, e tentar dar resposta a situações de saúde, de trabalho, completando a intervenção de instituições locais.

.Uma amiga dirigiu-se à Câmara local, no sentido de se mobilizarem para a organização dos refugiados ucranianos, que são bastantes.

. Nós temos dificuldade em nos deslocar a Setúbal…Como Amigos de Aprender, somos voluntários para fazer coisas, participar em despesas…e contribuir, de alguma forma, para  fazer uma ruptura com esta situação.

Mais que um agradecimento ao Constantino, aos voluntários e participantes, importa que fiquemos próximos e mais comprometidos em mudar as situações à nossa volta.

  • Mestre em Psicologia,Formador e Animador Sócio-Cultural

Junta-te à BASE-FUT!