Américo Monteiro*
Muito próximos de um NOVO ANO.
Vivemos tempos de NATAL.
A guerra está aí. Parece que para durar.
Como é que se sai disto?
Temos o cocktail perfeito: Uma crise económica, seguida de uma pandemia e a guerra. Como nas crises anteriores as consequências são graves, catastróficas, ainda e sempre mais, para os países pobres de fora da Europa. Vão passar-se quantos anos de fome e escassez devido a esta guerra e suas consequências?
Ao nível superior, dos mandantes, há um desinvestimento e esvaziamento das instituições que deveriam ter papeis fundamentais e multilaterais nestes conflitos e na busca de soluções pacificas e de compromisso. Os canais diplomáticos estão parados, fechados.
A reflexão que nos chega, a analise do momento é para justificar a guerra. O pensamento único sempre de mão dada com o emotivo e o irracional, a alimentar os egos dos “experts”.
Por um lado, os ganhadores da guerra, desta guerra e de todas as guerras, a indústria da guerra que não tem pátria, a indústria do armamento. Há uma transferência de riqueza para o capital que supera a que ocorreu nos tempos da troica. O rearmamento da Europa coloca num estado de risco toda a luta pela sustentabilidade do Planeta.
Por outro lado, temos um povo cansado da guerra, cansaço pela fustigação da vida, porque se torna difícil o acesso aos bens essenciais para a vida.
Aos povos, a nós, cabe-nos a luta, a denuncia e a manifestação da nossa vontade de Paz.
Os povos têm que despertar para a importância de um genuíno movimento pela Paz. Um movimento pacifista plural, heterogéneo. Temos que resgatar a luta pela paz do sistema de campismo. A Paz é mais importante que qualquer dos campos. O campo por quem temos que tomar partido é o da PAZ.
“Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver… possamos fazer
renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade…. Sonhemos com uma única
humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, cada qual com a riqueza da
sua fé ou das suas convicções, cada qual com a sua própria voz, mas todos irmãos”.
(O repto do Papa Francisco em Fratelli Tutti-nº 8).
*Coordenador Nacional da LOC/MTC e Dirigente Sindical da CGTP
Nota: este artigo foi inicialmente publicado no «Voz do Trabalho» e teve autorização do seu autor.