No próximo dia 4 de junho, pelas 21 horas, o Centro de Formação e Tempos Livres, a BASE-FUT e a Federação de Associações Juvenis promovem na Casa Municipal da Cultura de SEIA um debate sobre «Projectos, Inovação e Associativismo».O texto resumo do Avelino Pinto sobre um encontro de dirigentes e líderes da economia social realizado em Chãos, Rio Maior, no ano de 2019,sobre temática semelhante tem toda a actualidade.
Avelino Pinto*
Foram colocadas questões incómodas no debate em Chãos de Alcoberta (Rio Maior), 16 de Março, aos dirigentes e participantes que querem garantir a sobrevivência e o futuro das organizações de economia solidária.
–Como actuam os dirigentes da organização? São gestores, líderes, chefes?
– Como é visto o seu desempenho por sócios, utentes, técnicos, doadores?
– O que fazemos nós, uns e outros, pela sua sobrevivência e pela seu futuro?
– Como vencer os anti-corpos e as falsas expectativas que se foram gerando?
Estas questões relacionam-se com outras, também relevantes – o dirigentes e a abertura da organização à sociedade; a ligação com outras organizações da área; a participação efectiva e o envolvimento dos sócios – centrais na sustentabilidade das organizações, antigas ou recentes, numa sociedade mutável que se transforma a toda a hora
HÁ QUE MUDAR O DESEMPENHO DO LÍDER
Tivémos presentes as afirmações de Luciane Lucas (do CES, Universidade de Coimbra)
A liderança é uma armadilha
É preciso contar com a organização como um todo, respeitar os saberes, o ritmo da comunidade, os resultados a alcançar, as formas de contribuir sem ser pela palavra. Não se silencia a comunidade….cada um participa à sua maneira, sem se sentir embaraçado.
Quando não há rotatividade ou não se respeita a temporalidade e o ritmo da comunidade ou se permite e mantem no lugar por muito tempo as mesmas pessoas, há abandono
A liderança comunitária é aquela que
descobre e pratica formas das pessoas pensarem, sem pressa de agir desordenadamente, ouve o silêncio, valoriza os ritmos da comunidade. Não pensa só no que falta, mas no que já se tem, entende as diferentes maneiras de se pensar na comunidade, gera espaços de pertença, fabrica elos (olhos nos olhos), envolve as partes no bem comum.
Este é o tempo de ir além das nossas certezas, de nos incomodarmos e empenharmos -dirigentes, líderes, sócios, trabalhadores – num processo de liderança colaborativa, desencadeadora de democracia efectiva e demonstrada no dia a dia.
Queremos ir mais adiante, como cidadãos colaborativos que partilham, dia a dia, o bem comum, pois …participar é…ver mais de perto, para chegar mais longe…
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Avelino Pinto -Formador, Animador Social com Mestrado em Psicologia, militante da BASE-FUT.