Em carta ao Primeiro Ministro enviada ontem e sobre a Cimeira Europeia de hoje, dia 19 de junho, a CGTP teme um regresso ao passado e manifesta o seu pessimismo sobre as políticas da União Europeia.Da UE apenas espera constrangimentos e condições que venham a prejudicar os trabalhadores.Embora crítica, a CGTP defende que os apoios da UE não devem vir sobre a forma de empréstimos mas de subsídios. A determinada altura diz a carta enviada a António Costa:
«Além da natureza limitada dos montantes propostos para o Plano de Recuperação Europeu e do próximo Quadro Financeiro Plurianual da UE, um e outro apontam condicionamentos e imposições de «reformas» que, legitimamente, nos fazem temer pelo regresso da política de cortes nos salários, pensões e direitos de tão má memória para os trabalhadores e o povo português.»
E continua a missiva tornada pública:Na opinião da CGTP-IN é necessário que Portugal defenda a atribuição das verbas a cada país na forma de subsídios e não de empréstimos. Que sejam rejeitadas as condicionalidades e imposições associadas à utilização dessas verbas, em particular as que perpetuem a precariedade, os baixos salários, a perda de direitos e rendimentos dos trabalhadores».
Segundo a Central Portuguesa «Portugal deve bater-se para que na repartição de verbas seja dada prioridade aos países de economias mais frágeis, e que sejam concentradas no investimento público, no aumento da produção nacional dos países deficitários, na manutenção e criação de emprego com direitos, nos serviços públicos e funções sociais do estado».
Esta iniciativa da CGTP insere-se numa ação mais vasta da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) que tem por objectivo reivindicar formas de solidariedade a nível europeu para enfrentar a situação actual que decorre da pandemia do COVID 19.