Demissão forçada do Presidente da Bolívia é golpe preocupante

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No seguimento da declaração da Confederação Sindical Internacional (CSI) sobre a Bolívia também a BASE-FUT condena o golpe militar naquele país da América Latina que afastou o Presidente Evo Morales, obrigado a demitir-se e a fugir do seu país para defender a sua vida.Segundo a CSI Morales foi o primeiro presidente indígena da Bolívia com políticas que combateram efectivamente a pobreza, retirando desta um quarto da população do país.

Morales foi eleito pela primeira vez presidente em 2006.Durante três legislaturas conseguiu reduzir de tal modo a pobreza que esta passou de 59,9% a 34,6/% em 2017, para além do grande investimento realizado nomeadamente na electrificação do país e nos sistemas de saúde e educação reduzindo o analfabetismo de 13,28% em 2001 a 3,8% em 2014.

No entanto, não se poderá ignorar alguns erros do Presidente Evo Morales nomeadamente quando organizou um referendo em 2016 para mudar a Constituição que lhe permitiria ser candidato a um novo mandato.Embora perdendo esse referendo o Tribunal Constitucional permitiu- lhe ser novamente candidato.

Este processo de referendo, a dificuldade que teve em consolidar o seu projecto através da preparação de pessoas que lhe dessem continuidade e os episódios pouco claros das últimas eleições reforçaram as condições para a desestabilização e contestação da oposição sustentada pelos grandes interesses económicos nacionais e internacionais.

Para nós, BASE-FUT, Tal como refere a Confederação Sindical Internacional, «nenhum presidente eleito deve ser obrigado a demitir-se do cargo por ordem dos militares».A solução, tal como pediu Morales, são novas eleições devidamente apoiadas pela comunidade internacional.

O facto de um Presidente eleito ter fugido, temendo pela sua vida, não deixa dúvidas sobre o processo antidemocrático e direitista que ocorre no País. Morales, com as suas políticas a favor dos pobres, sempre se opôs no quadro internacional às políticas neoliberais dos Estados Unidos da América.

Entretanto, a senadora Jeanine Áñez  autoproclamou-se presidenta da Bolívia, no passado dia 12 deste mês, prometendo eleições no prazo de 90  dias.No entanto, os partidários da oposição de direita e a polícia perseguem os militantes e dirigentes do MAS, o partido de Evo Morales.

 

 

Junta-te à BASE-FUT!