Embora lentamente a Igreja espanhola está a ser forçada a debater a questão da pedofilia no clero nas últimas décadas.Recentemente, e pela primeira vez, a sentença máxima, expulsão do estado clerical, de um padre pelo tribunal canónico da Diocese de Malhorca permitiu que o debate se aprofundasse no País vizinho, nomedadamente na Conferência Episcopal Espanhola onde os partidários do silêncio se confrontam agora com os que querem enfrentar a situação com medidas drásticas e denunciando os casos á justiça.Curiosamente os que não querem enfrentar a situação são os que mais atacam o Papa Francisco e as suas exigências neste capítulo.
Entretanto, e contra a ala do silencio, levantou-se na semana passada a Conferência Espanhola de Religiosos (Confer) que na sua Assembleia anual e pelo seu porta voz,o Cardeal Joao Braz de Aviz,afirmou que tinha a impressão de que as denuncias dos abusos cresceram e que se está no início do processo.O referido Cardeal lamentou que se tivesse estado 70 anos a encobrir a situação e que tinha sido um tremendo erro.Os mais de 64 mil frades e freiras que gerem 2000 colégios em Espanha que acolhem mais de um milhão de alunos estão confrontados com uma situação humilhante e desprestigiante que requer solução rápida.
Em Portugal existe um silêncio de chumbo como se a questão não existisse .Todavia, mais tarde ou mais cedo, a Igreja Católica Portuguesa vai ter que enfrentar o problema.