Os sindicatos europeus representativos dos tripulantes de cabina da Ryanair convocaram uma greve europeia para os próximos dias 25 e 26 do corrente mês de julho.É o culminar de um longo e difícil processo em que até agora de nada serviram as pressões e as propostas de verdadeiras negociações por parte das organizações de trabalhadores.A companhia mantém-se intransigente e apenas quer aplicar a lei laboral irlandesa ignorando a legislação nacional em aspectos importantes, bem como o normativo europeu.
Fernando Gandra da Silva, Director do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil,deu-nos ontem dia 15 de julho, a seguinte declaração sobre as razões desta greve de dimensão europeia contra uma companhia aérea prepotente.As Autoridades Portuguesas terão que fazer mais neste processo!
«As razões prendem-se pelo cumprimento de legislação nacional imperativa e não derrogável nos países onde a Ryanair opera, de acordo com o disposto no Regulamento UE nº 593/2008 (Roma I).
A Ryanair utiliza contratos irlandeses, colocando os trabalhadores numa situação precária nos países onde vivem e trabalham, pois além de estarem longe das instituições judiciais que os protegem, são alvo de uma pressão incomensurável, estando num permanente estado de insegurança no seu trabalho.
Chamamos também à atenção das diversas autoridades e órgãos de soberania, quer nacionais quer europeias, pois estas também têm feito pouco para que se cumpra a lei e para que se respeite a dignidade dos trabalhadores da Ryanair.
Os exemplos destas práticas estão à vista de todos, espalhados pelos vários órgãos de comunicação social nacionais e internacionais, tendo atingido o limite esta semana, onde 4 Tripulantes foram despedidos em processo sumário por se recusarem a voar além do limite previsto na lei, alegando sofrer de fadiga, algo que está previsto nos regulamentos comunitários de segurança aeronáutica.
Lamentamos o facto de termos sido obrigados a convocar a paralisação anunciada, no entanto, não vemos da parte deste conselho de administração, nomeadamente do CEO Michael O’Leary, vontade de dialogar com os seus trabalhadores, através dos seus representantes, preferindo alimentar cada vez mais o clima de terror que existe dentro da empresa.»