A Fundação João XXIII/Casa do Oeste, tem sido um viveiro de animadores cristãos e de outros animadores e dirigentes do associativismo rural e social.É uma entidade criada antes do 25 de Abril, sendo uma referência para várias gerações de militantes católicos .A sua sede e respectivos serviços, na Lourinhã, foi construída com o esforço e donativos de muita gente, passando por várias fases, desde a inicial construção em madeira até à alvenaria de hoje.
A Região sem a Casa do Oeste não seria a mesma.Mas para além da formação e animação social e rural a Fundação João XXIII alargou a sua solidariedade à Guiné Bissau.E o que ali nasceu com as gentes locais é espantoso!António Ludovino, dirigente da Fundação João XXIII, e um militante de sempre destas causas ,apresenta-nos os principais projectos:
1.Quais são os projectos mais importantes da Casa do Oeste/Fundação João XXIII neste momento?
Há quinze anos um grupo de pessoas ligadas à Casa do Oeste/ Fundação (amigos da Casa e Fundadores) reuniram-se para, em várias sessões, discutirem e apresentarem propostas de dinamização da Fundação. Daí resultou uma nova dinâmica, novos projetos, reformulação dos estatutos, reconhecimento como IPSS, reforço da intervenção tradicional da Casa e alargamento a novas áreas, remodelação das suas instalações com mais e melhores condições para a prestação de serviços aos seus utentes e beneficiários, os quais aumentaram significativamente.
Neste momento propomo-nos repensar a Fundação para os próximos 10/15 anos. É, presentemente, o nosso grande desafio.
Novos tempos, novas respostas, novos atores, novo público…Porém sempre fieis ao nossos grande lema: “Casa do Oeste… sonhada por alguns, construída por muitos, para o serviço de todos”…assim tem sido a sua história desde os anos 60 concretizada, materialmente, a partir do início dos anos 70.
Neste contexto continuamos hoje focados em dotar a Casa do Oeste das melhores condições de acolhimento a todos os grupos (cristãos e da sociedade civil) para que possam aí desenvolver as suas atividades de reflexão, formação, convívio e lazer, de modo a contribuir para o seu crescimento como pessoas e cidadãos comprometidos…O ambiente dos espaços , as regras e as mensagens espalhadas pela Casa, o acolhimento e os serviços prestados com dedicação pelas funcionárias, pretendem que esta Casa não deixe indiferente quem por ela passe e aponte uma postura na vida com valores e princípios verdadeiramente fraternos e de Homem Novo e Mundo Novo. Nesta ordem de ideias estamos a trabalhar a mensagem do Papa Francisco na encíclica “Laudato Si” sobre o Cuidado da Casa Comum com uma campanha de reciclagem e de uso de ecopontos (separação de resíduos) espalhados pelas instalações.
As atividades da A.C.R. – Ação Católica Rural ( campos de férias, semana das famílias, festas das espigas (em maio) e das colheitas (em outubro), ações de formação, etc) constituem um dos núcleos centrais deste projeto/ serviço desenvolvido pela Casa do Oeste mas realço ainda outros projetos concretos em marcha: apoio institucional a um grupo de amigos que acolheram uma família de refugiados sírios, projeto de orçamento participativo “Educar na Terra”, Conferências do Oeste, para além da Solidariedade com a Guiné.
2,Porque razão decidiram apoiar iniciativas na Guinè Bissau e quais são?
A SOLIDARIEDADE COM A GUINE* é hoje um GRANDE PROJETO da Fundação com uma dinâmica e envergadura que nos deixa absolutamente deslumbrados. Começou com uma singela iniciativa de meia dúzia de militantes da Ação Católica Rural, de Santo Isidoro (Mafra) em 1990 que entenderam ir fazer umas “férias solidárias” à Guiné para reverem um dos países saídos da descolonização onde alguns tinham feito a vida militar.
Logo, nessa altura, decidiram apoiar um professor primário que dava escola debaixo de uma árvore (Prof. Raul da Siva). Hoje é o grande animador do maior projeto apoiado, desde o início, pela Fundação: Cooperativa Escolar de S. José de Mindará, em Bissau, com cerca de 4000 alunos (desde o ensino primário ao secundário) e 150 professores.
É considerada uma das melhores escolas da Guiné…exemplo de organização, funcionamento, dinamismo e qualidade de ensino.
A partir deste projeto e apostando sempre em lideres e iniciativas locais foram-se multiplicando os apoios a diversos projetos nas áreas da educação, saúde e agricultura.
Presentemente a Fundação apoia os seguintes projetos (os mais relevantes):
– Cooperativa Escolar de São José (desde 1991)
– Centro Materno Infantil “Bom Samaritano (desde 2005)
– COAJOQ/Cooperativa Agro-pecuária de Jovens Quadros em Canchungo (desde 2005)
– Infantário de Bissá (desde 2007)
– EducArte – infantário e liceu (desde 2008).
– Rádio Comunitária N’Djerapa Có, de Biombo (desde 2009)
– A biblioteca da Fundação João XXIII (2010)
– Projeto Visão/Guiné (Hospital de Cumura) (desde 2011)
– COAGRI – Cooperativa Agrícola João XXIII- Quinhamel (desde 2014)
– Complexo escolar de surdos-mudos, em Bissau (desde 2016)
– Barco-ambulância – aquisição e organização da gestão (desde 2017)
– Famílias de Acolhimento em Portugal (desde 2017) para apoio voluntário e gratuito ás crianças que vêm para tratamento hospitalar ao abrigo da cooperação Portugal/ Guiné.
A Fundação tem uma delegação oficial em Bissau, cujo delegado é o Prof. Raul da Silva e uma estrutura de apoio para todos os voluntários que se incorporam nas Férias Solidárias. Estas realizam-se 2/3 vezes por ano e em grupos de 8/10 pessoas, orientadas por alguns elementos da Equipa Coordenadora.Durante 2 semanas visitam e apoiam os projetos existentes. Uma característica especial destas Férias Solidárias é que cada voluntário paga do seu bolso despesas de deslocação e alimentação. O alojamento é assegurado nas instalações da Fundação em Bissau e em Ondame.
Todo a dinâmica deste PROJETO é assegurada e desenvolvida por uma
Equipa Coordenadora, constituída por uma dezena de voluntários, que regularmente trabalha na divulgação do projeto, na articulação dos serviços, seleção das iniciativas a apoiar, na angariação de verbas, de apoios e de bens (materiais e equipamentos agrícolas, escolares, médicos, farmacêuticos, de construção, etc).
3.Como poderias resumir a importância da Casa do Oeste na formação de militantes sociais, nomeadamente para a Ação católica Rural?
A Casa do Oeste tem sido uma verdadeira incubadora de militantes de causas sociais e de desenvolvimento das comunidades rurais, quer pelas atividades que tem acolhido e promovido quer pelo ambiente propicio ao despertar, desenvolver e alimentar destas energias presentes nos utentes da Casa. O trabalho desenvolvido por muitos militantes dos nossos grupos da ACR espalhados pelo oeste têm aqui na Casa um forum permanente e um palco de grande visibilidade quer nas atividades realizadas quer na divulgação através das redes sociais e diversos meios de comunicação dinamizados pela Fundação.
4.Qual tem sido o teu trabalho na Casa do Oeste?
Sou um elemento do Conselho de Administração (secretário) e portanto contribuo para a dinamização da Fundação, nomeadamente velando pelo desenvolvimento /cumprimento do seu Plano de Atividades. Acompanho regularmente o funcionamento da Casa e do pessoal ao seu serviço, dando o apoio e orientações necessários. Cuido, um pouco, da divulgação das iniciativas e do trabalho da Fundação e da atualização dos conteúdos nas redes sociais.
Participo num grupo de voluntários (cerca de 15 elementos) que, quinzenalmente, faz a manutenção/ conservação /decoração da Casa bem como a organização do centro de documentação, da loja “Pé de Meia”, etc.
No nosso site as pessoas encontrarão toda a informação sobre a Fundação nomeadamente sobre os diversos projetos em desenvolvimento.
FUNDAÇÃO JOÃO XXIII – CASA DO OESTE NA INTERNET
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