Em todo o lado, pelo mundo fora, o movimento para uma outra economia alarga-se, e sustenta-se, cada vez mais intensamente, numa prática diária amiga do “ bem comum”.
Este movimento, pudémos vê-lo no 3º. Encontro da Economia Solidária (sábado, 26 de Maio), na Casa do Oeste, espelhado em associações e experiências.
Na tarde de sexta, no Baldio do Vale da Trave (Alcanede, Rio Maior), abrimos uma página do livro dessa economia, ao ver com os nossos olhos a forma de fazer e ser comunidade. Os 120 compartes do baldio cuidam da serra e da terra, decidem regularmente o que fazer, participam no tratamento da floresta, e tentam viver em harmonia com a natureza.
No sábado, essa onda manifestou-se noutras experiências. O Constantino Alves deu conta de como se lançou e estão evoluindo (vai para 7 anos), com o apoio de dezenas de voluntários, a Clínica Dentária Social e o Restaurante Social de Setúbal – respostas sociais às necessidades, aspirações dos carenciados, também eles envolvidos nos projectos.
A Catarina Canha e o Ricardo mostraram (num filme) como a Associação dos Moradores da Ferraria de S. João (Penela) teceu sustentabilidade depois do fogo ter cercado a aldeia (noite de 17 de Junho), arrancando mais de 50 mil eucaliptos, plantando mais de mil novas árvores, preservando o sobreiral, sempre em comunidade, interacção e parceria, para assegurar espaço para as gerações futuras, na aldeia.
De tarde, o Giorgio apresentou a CASA SEIS (Mira Sintra), centro de desenvolvimento à medida do bairro (realojamento e orientação social; OTL crianças e Jovens; atividades culturais e educativas de adultos…) numa aprendizagem de cidadania ativa, com integração socio-profissional, orientação, formação de base, apoio à procura de emprego.
O José João, da CASA DO SAL (Figueira da F oz) contou a sua experiência de muitos anos de redes colaborativas de nano-produtores, assente na máxima – podemos ser todos pro-sumidores, a partir do que temos e sabemos fazer, com vista ao bem comum.
O Rafael Drummond explicou o que visa a FESCOOP – cooperativa para o desenvolvimento das finanças éticas – apostada em encontrar as melhores soluções financeiras, para que haja retorno económico, retorno social e retorno ambiental.
No tempo de debate e aprofundamento em grupo, os participantes clarificaram ideias, consolidaram perspectivas, encontraram soluções, com as intervenções cuidadosas de Luciane Lucas e Pedro Hespanha (do Centro de Estudos da Universidade de Coimbra), de que num outro texto daremos conta.
No final, na Árvore da Sustentabilidade e na Mensagem de Compromisso apontámos conclusões e o caminho a seguir, para fazer as coisas acontacerem.
Voltaremos, com mais informação sobre estes últimos pontos, aos amigos.
Avelino Pinto