As conclusões do Conselho Europeu do passado dia 29 de Junho são reveladoras das dificuldades da União Europeia em delinear políticas de acolhimento para os imigrantes e refugiados à altura das necessidades atuais. Lamentavelmente, o enfoque destas políticas continua a ser a contenção dos fluxos migratórios nos países limítrofes da União. Estes últimos são subsidiados para funcionarem ao mesmo tempo como polícias de fronteira da União e como cortinas para manterem os imigrantes fora da vista dos Europeus.
Esta aboradagem é um sintoma claro de como os governos europeus estão reféns da agenda do medo e do preconceito que a extrema-direita racista e xenófoba promove sobre a questão das migrações. Subjacente a esta agenda, está a visão da Europa que como uma espécie de clube exclusivo, com privilégios reservados para aqueles que tiveram a sorte de nascerem no interior das suas fronteiras.
A BASE-FUT rejeita esta visão com veemência e defende, pelo contrário, que a Europa tem não só a capacidade como o dever de receber muito mais imigrantes e refugiados do que faz atualmente. Lembramos que estas migrações são muitas vezes o produto ou de intervenções militares desastradas de alguns países europeus ou de uma divisão internacional do trabalho e da riqueza da qual a Europa é fortemente beneficiária.
É assim urgente promover uma agenda alternativa sobre a questão das migrações. Esta agenda passa por sublinhar o enorme contributo cultural, económico e demográfico que os imigrantes trouxeram e continuam a trazer para as sociedades europeias. Ao mesmo tempo, deve trabalhar para aumentar a consciência histórica de que quase todas sociedades europeias foram elas próprias durante muito tempo sociedades de emigração – e muitas ainda o são. Em vez de pagar para fingir que o problema não existe, a União Europeia deve antes ter como prioridade política o investimento na integração social dos imigrantes e no desenvolvimento económico e social dos seus países de origem.
A BASE-FUT incentiva assim os seus militantes e simpatizantes a adoptarem uma posição activa e crítica no sentido de defender políticas que promovam o acolhimento e legalização dos imigrantes e refugiados sempre num quadro de defesa dos direitos sociais, económicos e políticos dos mesmos.