Paulo Caetano é o actual Presidente da Direção do Centro de Formação e Tempos Livres- CFTL, com sede em Casal do Lobo, Coimbra.O CFTL é um equipamento construído pela BASE-FUT na decada de oitenta do século XX destinado a actividades associativas e sindicais, nomeadamente de formação e de lazer.
No próximo dia 21 vai ter lugar a Assembleia Geral do CFTL numa altura em que se pensa nas formas de tornar aquele equipamento sustentável e mais e melhor utilizado tanto pela BASE-FUT como pelos movimentos sociais.Numa breve entrevista Paulo Caetano fala-nos desta importante Assembleia Geral e do que dela se espera.
No próximo dia 21 vai realizar-se uma Assembleia Geral do CFTL do qual tu és o Presidente da Direção. O que vão os associados decidir e que esperas desta Assembleia?
PC.Podemos afirmar que esta Assembleia-geral se reveste de duas partes. A primeira é para cumprimentos das obrigações legais do Centro, e que se divide em 3 momentos: (i) iremos apresentar as Contas de 2015 e 2016 (pertencentes ao Relatório de Gestão e Contas dos anos em causa); iremos também (ii) apreciar e votar o Relatório de Gestão e Contas de 2017. Por fim, (iii) iremos apresentar e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2019. Deste ponto da ordem de trabalho, partiremos para uma segunda parte, que é uma discussão aberta, franca e desafiadora para o futuro do CFTL. Apesar de ser um plano de Actividade para um ano concreto (2019), é uma oportunidade para reflectirmos sobre o que temos vindo a fazer no e pelo CFTL, mas também, olharmos para o futuro desta Instituição.
Quais são os principais problemas-desafios que enfrenta hoje o CFTL?
Podemos dizer que temos dois tipos de desafios: internos e externos. Os internos prendem-se com o processo burocrático que estamos numa fase final e que levou quase uma década a resolver. O segundo problema-desafio é externo e prende-se com a afirmação local e regional do CFTL, que em tempos teve momentos áureos, mas que agora, precisa de começar novamente, fruto de alguns erros realizados num passado recente. Mas estamos confiantes.
Há quem considere que o CFTL está subaproveitado tanto a nível regional como nacional. Tem projectos para o futuro?
PC.Efectivamente somos detentores de uma infra-estrutura que podia ter outro uso e gerar mais-valias. Mas esta é uma discussão que já temos vindo a ter ao longo dos últimos anos. Mas, estamos numa fase de viragem para valorizar o nosso espaço, dotando-o de melhores condições e proporcionar que seja utilizado e usufruído, quer por associados, quer pela comunidade onde estamos inseridos. O grande projecto é adaptarmos e valorizarmos o CFTL ao Turismo, desfrutando da realidade que nos cerca, sem deixarmos de ser quem somos (e a quem nos dirigimos) e defendermos a nossa matriz de identidade.
Para quando a recuperação de iniciativas como a Passagem do Ano, as semanas de férias culturais e outro tipo de convívios para os associados?
PC.Esta nova direcção tomou posse o ano passado. Esperamos que no curto prazo se retomem alguns projectos, só que com novas formas e modelos. Pretendemos voltar a estar com os associados e procurar novos amigos, fazendo-os associados.
Tens dedicado muito da tua vida ao Associativismo e ao Poder Local. São fundamentais para o desenvolvimento local e aprofundamento da democracia de base?
PC.É verdade. Passei 16 anos da minha vida numa autarquia e pertenci e pertenço a uma dezena de associações/IPPS. E isto faz parte da minha identidade pessoal e ajuda-me a ser uma pessoa realizada e feliz por ter este papel mais interventivo na sociedade. Faço isso, porque acho que todos nós devemos ter uma palavra e uma acção para melhorar o local e a sociedade onde está inserido. Não vejo a minha vida de outra forma. Quero gastar a minha vida em causas que possam ajudar outros e façam sentido neste percurso terreno que todos vamos fazendo. Aproveitar todas as oportunidades para ser e fazer mais felizes os outros.»