Temos que nos preparar para a próxima crise. Esta é uma das conclusões que tiraram os participantes no final do debate sobre a União Europeia realizado no sábado passado na sede nacional da Base-FUT, em Lisboa, e animado por Sandra Monteiro, Directora da edição portuguesa do Le Monde Diplomatique.
Todavia, e na opinião daquela conhecida jornalista, os portugueses não terão as mesmas almofadas e defesas que tiveram para enfrentar a recente crise com a intervenção da «Troica».
Neste quadro não existem grandes expectativas relativamente á proxima cimeira de chefes de Estado da UE em junho onde os dirigentes deveriam mostrar aos cidadãos que aprenderam algo com o que se passou nos últimos anos em que o euro esteve quase a colapsar e os trabalhadores tiveram um retrocesso enorme do seu nível de vida que, em Portugal, ainda está ao nível de 2008.
Assim não se esperam nos próximos tempos grandes reformas na União no sentido de a tornar mais solidária e coesa e preparada para enfrentar uma nova crise sem novas políticas de austeridade. Entre as várias razões para esta situação de impasse salientam-se, por um lado, os interesses do neoliberalismo que visam a erosão e privatização dos serviços públicos e a desvalorização do trabalho e, por outro, as vantagens que alguns países como a Alemanha, estão a ter com as dívidas dos Estados periféricos do sul e com a injecção de dinheiro para salvar o sistema financeiro.
Neste quadro a luta pela defesa dos serviços públicos de qualidade e pela defesa dos direitos dos trabalhadores é fundamental, sendo o movimento sindical o actor principal deste combate tanto a nível nacional como europeu. Por outro lado, é importante reestruturar a dívida, que, em Portugal está insuportável, para libertar investimento público.