Ser líder numa organização de trabalhadores é mais do que uma posição de chefia

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Sara Martins*

As relações de confiança baseadas na honestidade, no auto-desenvolvimento constante e na ética são pedras basilares para o sucesso de uma organização de trabalhadores. Eis a ideia que dominou o primeiro curso para líderes de organizações de trabalhadores da EZA, no qual a portuguesa BASE-FUT participou de 13 a 16 de Junho, na cidade polaca de Lublin.

Fundada em 1974, a BASE-Frente Unitária de Trabalhadores marcou presença no Primeiro Curso para Líderes de Organizações de Trabalhadores organizado pelo Centro Europeu sobre os Assuntos dos Trabalhadores (mais conhecido por EZA), organização com sede na Alemanha, e co-financiada pela União Europeia, que congrega 73 sindicatos de 30 países europeus, assentes em valores sociais e humanistas. O curso pretende equipar uma nova geração de líderes e ativistas de organizações de trabalhadores com capacidades e novas técnicas de liderança.

Para esta primeira ação de formação foram debatidos, ao longo de várias sessões assistidas por delegações de Portugal, Polónia e França, temas que vão desde a simples pergunta “Quero ser Líder de Organização de Trabalhadores” – o ponto de partida para o evento, a 12 de Junho – até à discussão sobre a “Ética dos Sindicatos e dos Líderes de Organização de Trabalhadores”, passando por um ‘ABC’ sobre as “Competências Fundamentais de um Líder de Organização de Trabalhadores”, a “Busca pela Identidade” dos movimentos sindicais ou os “Valores Globais e Locais e o Futuro das Organizações de Trabalhadores”, entre outros.

No fim dos quatro dias de formação e debate, entre as diferentes culturas sindicais presentes, a delegação portuguesa destacou como uma das principais conclusões “a definição do conceito de líder enquanto mais do que aquele que ocupa um cargo de chefia”. A isto junta-se, acrescentam os cinco membros da delegação nacional presentes em Lublin, a “importância da existência (e operacionalização) de valores claros para o sucesso da organização e ação sindical e movimentos cívicos”, assim como “das relações de confiança, baseadas na ética, honestidade e auto-desenvolvimento constante, enquanto indivíduos, para o sucesso de qualquer equipa”.

*Participante no Curso de Jovens Líderes de Organizações de Trabalhadores

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